Preste atenção!!!
Você está andando pela rua tranquilamente sem olhar para alguma loja específica. De repente seu olhar é atraído para uma vitrine. Ou então, você está num bar assistindo a um jogo de futebol e, de repente, seu olhar sai da TV e segue alguém ou algum objeto.
O que atraiu
seu olhar para esta vitrine? O que atraiu seu olhar para fora da TV? Por que
isso aconteceu? Qual o fenômeno mental que faz com que sejamos atraídos para
algumas coisas?
O
fenômeno por trás desta seleção da informação ambiental é a atenção. Todo mundo
tem noção do que ela é. Mas uma das melhores definições é a do psicólogo William James
(1842-1910). Ele diz que a atenção “...implica na retirada de
algumas coisas a fim de lidar efetivamente com outras”.
Em outras
palavras, a atenção direciona nossos recursos sensoriais e cognitivos para
processar melhor alguma parte ou objeto do ambiente. Milhões de cones e
bastonetes são estimulados quando olhamos para uma paisagem. Engenhosamente o
sistema visual não irá processar toda a informação que chega. Ele já começa a
“filtrar” ou selecionar a informação a partir da retina. Fazemos isto colocando
o objeto que queremos ver em foco, o direcionando para a fóvea. Esta parte da retina
processa a informação em detalhes e cores (leia mais aqui).
Na retina a fóvea recebe um processamento desproporcional em relação ao que
esta fora dela, causando uma “magnificação” da informação no cérebro.
Difícil?
Em outras palavras, colocamos os objetos na fóvea porque o cérebro irá
processar a informação para a qual é melhor equipado! A atenção foi, e ainda é,
um modo eficaz de nosso cérebro poupar energia e não se sobrecarregar, tendo
desta forma um grande valor evolutivo para a nossa espécie. Como perceberam, vamos
nos focar na atenção visual, mas ela acontece para os outros sentidos também.
O que
mais chama atenção no nosso sistema visual é a saliência do ambiente ou dos objetos.
Esta saliência é a característica física, como cor, brilho, contraste ou
orientação, que se destacam. As áreas com alta saliência são facilmente
notadas, veja a figura abaixo para entender melhor.
Figura
2. Cena do
filme Irreversível. Nesta
cena temos várias características uniformes. Por isso a figura da mulher em seu
vestido champagne (ou pérola) se destaca do fundo e chama nossa atenção. Isto é
a saliência. Fonte: AdoroCinema.
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A atenção
dividida nada mais é que prestar atenção a diferentes coisas ao mesmo tempo. Ela
limita sua capacidade de processar as informações quando o mesmo sistema é
dividido. Por exemplo, você pode ler este texto enquanto ouve música, mas não
conseguirá dirigir e ler porque ambas as atividades requerem o mesmo sistema (o
visual, no caso). Isto parece óbvio, mas imagine quantas pessoas você já viu no
trânsito dirigindo e respondendo SMS no celular...
Figura
3. Lemmy
Kilmister, baixista e vocalista do grupo Motörhead. Assim
como Lemmy, vários músicos têm que dividir seus recursos atentivos entre cantar
e tocar o instrumento. Fonte: Digformusic.
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A
contraparte da atenção dividida é a atenção
seletiva. Ela é o foco que você dá em objetos específicos enquanto ignora
outros. Um exemplo clássico é o do vídeo abaixo. Mesmo se achar que conhece o
efeito, assista: