Agora vamos falar especificamente da visão. Para vermos algo,
precisamos de luz. Ela é uma energia eletromagnética radiante emitida por
objetos energéticos ou quentes (Sol, fogo, etc.) e refletida pelos objetivos
que não produzem. A luz se propaga em várias direções (ver aqui: Fonte: Átomo e meio ). Se
luz estiver dentro do nosso espectro visível, podemos enxergar o mundo.
Seres vivos bem simples como ameba possuem capacidade de saber
onde está a luz, de captá-la, mas não transformá-la em imagens. Para criar
imagens, já é necessária uma estrutura mais complexa, como os olhos.
Figura
1. Estruturas que captam a luz. Acima e à esquerda:
uma ameba, que capta a luz com todo seu corpo. Ao lado o olho de um caramujo.
Abaixo, o olho de um crocodilo do Nilo, e ao lado, o olho de um cão da raça
Husky. Fonte: Ameba (Algo Sobre) e olhos (Suren
Manvelyan).
Os olhos captam a luz do ambiente e através de um processo de
transdução a transformam em impulsos nervosos que transmitirão a
informação sensorial.
As principais estruturas do olho por onde esta informação passará são:
córnea, íris, pupila, cristalino, retina e nervo ótico.
Figura 2. As
principais estruturas do olho descritas no texto. Fonte: BlogPercepto.
A Córnea (o primeiro contato da luz com o olho) refrata a luz do ambiente para jogá-la na retina.
A Íris (o disco colorido) é formada por músculos lisos, regula quantidade de luz que entra no olho. Quando há pouca luz – dilata, se a luz é forte/brilhante, se fecha. Ainda, a íris é formada por anéis, pontos, estrias e etc. 250 características que nos identificam. Por isso é também usada como as digitais para mecanismos de segurança e identificação biométrica.
Figura 3. Três
exemplos de íris humanas. Note que a superfície é cheia de relevos e nenhuma
possui a mesma característica que a outra. Fonte: Suren
Manvelyan.
Já a pupila é a parte escura, negra do olho, que mede entre 2 a 9 mm. É por onde a luz entra na cavidade ocular. Uma curiosidade: já viu algum médico acendendo uma lanterna no olho do paciente em estado grave? Então, ele está testando o Reflexo de Whytt. Este reflexo nada mais é que uma ação reflexiva da pupila em que o médico testa se houve uma lesão cerebral (no mesencéfalo e tronco encefálico).
Figura 4. Reflexo
de Whytt.Ao se incidir uma fonte luminosa no olho, a pupila se contrai
reflexivamente. Fonte: Google.
Cristalino é uma lente transparente e flexível que muda seu formato para adequar a imagem na retina conforme distância entre observador e objeto. E ele inverte a imagem que chega aos olhos! Isso mesmo, neste exato momento nos seus olhos a imagem destas palavras estão invertidas, seu computador está de cabeça para baixo!
Figura 5. Cristalino
ajustando a imagem de um objeto longe (esquerda) e um perto (direita). Fonte: Google.
Retina é uma camada de células que absorve energia luminosa. É formada por células nervosas e fotorreceptores que fazem a transdução sensorial. As células principais são os Cones e Bastonetes. Os Cones são cerca de 6 milhões localizados na região da fóvea (depressão na retina onde você “foca” a imagem) e permitem que você enxergue cores. Enquanto os Bastonetes são cerca de 120 milhões na região periférica e são responsáveis pela visão em tons de cinza.
Figura 6. Figura
esquemática da retina. À esquerda vemos o olho e à direita a luz incide na
retina, a parte com maior acuidade visual. Fonte: Senstation and Perception
O nervo óptico é a estrutura responsável por levar a informação da
retina até o cérebro. Durante este trajeto a informação visual passará pelo
quiasma óptico (você pode ler sobre sua importância aqui :link) e depois pelo
Núcleo Geniculado Lateral (NGL).
Por fim, a informação chega até uma área cerebral chamada córtex
visual primário (V1). A partir de V1 o cérebro se encarregará de interpretar a
imagem invertida (pelo cristalino) de forma normal (sem inversão), avaliar cor,
tamanho, forma, distância e tudo mais somente a partir da imagem que chegou até
a retina (ver Figura 8 abaixo). Então qualquer problema para a chegada desta
imagem na retina, resultará em uma distorção no cérebro.
Figura 8. Esquema
da formação da imagem pelo cérebro. A imagem da joaninha é processada por
diferentes partes do cérebro e depois “montada” em uma única imagem. Fonte da
imagem: eyemakearte
Quer baixar o texto? Clique aqui.
Bruno Marinho de Sousa
Se quiser aprender mais:
Schiffman, H. R. Sensação e Percepção. 5ª Ed. Rio de Janeiro: LTC,
2005.
Guyton, A.C.; Hall, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª ed. Rio
de Janeiro: Elsevier Ed., 2006.
a imagem da joaninha NÃO É MONTADA NO CÉREBRO, a imagem da joaninha é PERCEBIDA no cérebro e montada NO OLHO.
ResponderExcluirBotando pilha, com a salamandra de Maturana: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/viewFile/3390/2655
ExcluirAlgo mais, chamando a salamandra de Maturana: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/viewFile/3390/2655
Excluir"A imagem da joaninha é processada por diferentes partes do cérebro e depois “montada” em uma única imagem". Montar: organizar, juntar. Então o cérebro MONTA a imagem que é processada em diferentes regiões em uma imagem única
Excluirme ajudou mt
ResponderExcluirGostei...
ResponderExcluirPena ser tudo em Brasileiro, mas é bom para perceber!
ResponderExcluirMuito interessante parabéns
ResponderExcluirajudou mt !!
Cada vez que eu leio algum artigo que fala sobre as células do globo ocular eu fico completamente ansioso e muito feliz pois, gosto muito de ler artigo que fala sobre as celas do globo ocular. Apesar da minha ansiedade durar 10 anos eu consigo me sentir seguro. Minha ansiedade está relacionada a novas descobertas feita por mim, onde nenhuma pessoa do mundo inteiro descobrio o que eu descobri a 10 anos atrás, são novas descobertas que vai interessar aos cientistas do mundo inteiro é realmente fantástico.
ResponderExcluirMeus agradecimentos a esse artigo, me ajudou o suficiente para que eu tenha mais coragem e dedicação para publicação de minha descoberto relacionada a visão o nosso globo ocular.